Na capital catarinense, do dia 03 ao dia 06 deste mês de julho, foram realizados 21 simpósios temáticos e quatro mesas redondas com pesquisadores ligados a universidades e outras instituições do Brasil e de países como Argentina, Peru, França e Portugal. Ao todo, foram apresentados 120 trabalhos que visaram debater e investigar os fenômenos sociais e históricos ligados à Guerra do Contestado. Foi o VIII Simpósio do Contestado – Religiosidades de Matriz Africana e Indígena nos Movimentos Populares no Brasil e na América Latina.
Da própria região do Contestado que é a referência do Simpósio, estiveram presentes vários professores, pesquisadores, que apresentaram trabalhos, entre eles um único profissional da imprensa foi palestrante, o jornalista João Batista Ferreira dos Santos, conhecido como JB, de origem cabocla, escritor que vive e trabalha no Contestado na cidade de Calmon. Os outros palestrantes da região foram Izanir Prates de Fraiburgo; Carlos Nedi de Lebon Regis; Paulo Pinheiro Machado – UFSC, Rogério Rosa-UDESC, Delmir José Valentini-UFFS.
Outros palestrantes nacionais foram Rosinalda Correa da Silva da Universidade Federal do Tocatins; Aline Montenegro- Museu Paulista; Fernando Sá –Universidade Federal de Sergipe; Leonora Franco Araújo –Universidade Federal do Espirito Santo e a presença na conferencia de abertura da Professora DRª Luzi Borges do Ministério da Igualdade Racial de Brasília.
A conferência também contou com a presença do reitor da UDESC, José Fragalli; do diretor-geral da UDESC Faed, Celso Carminati; de lideranças políticas e de movimentos acadêmicos, entre outras autoridades. “Dar luz a questões como a história de pessoas que já são naturalmente marginalizadas, como indígenas, quilombolas e negros, durante o movimento do Contestado, é de fundamental importância. Esse é o papel da universidade”, afirmou Fragalli.
Para o diretor-geral da UDESC Faed, Celso Carminati, o Contestado é uma história de resistência, de luta e de luto, de pessoas que foram sacrificadas e expulsas de suas terras. “Este evento é uma tradição em torno do debate sobre o Contestado, em que coloca essas pessoas como ponto central da história”, ponderou, parabenizando a organização do simpósio.
Palestrantes internacionais:
Para além do foco na Guerra do Contestado, o evento teve como objetivo colocar em diálogo pesquisadores e lideranças político-populares que trabalham com religiosidade na organização de movimentos populares no Brasil e na América Latina, com destaque para sujeitos e atividades ligadas às tradições de matrizes africanas e indígenas.
Os palestrantes estrangeiros foram:
- Da Argentina: Amanda Eva Ocampo, da Universidade Nacional de Misiones, na mesa redonda “Religiosidades afroindígenas: museus, patrimônio e cultura materia”;
- Do Perú: Víctor Hugo Pachas, da Universidad Nacional Mayor de San Marcos, que participou da mesa redonda “Religiosidades populares”;
- Da França: Evelyne Sanchez, do Institut d’Histoire du Temps Présent, na mesa redonda “Terra, política e religiosidade”; e
- De Portugal: João Paulo Avelãs Nunes, da Universidade de Coimbra, para a mesa “Religiosidades: entre o popular e o oficial”.
João Batista(JB), avaliou de fundamental importância a forma como foi realizado o VIII Simpósio Internacional do Contestado que marcou um jeito diferente de fazer a discussão, em vez de somente professores, escritores e pesquisadores, houve a presença de quem vive no Contestado, os caboclos e caboclas dos Municípios onde aconteceram episódios de batalhas. “Tive a honra de representar meus dois municípios, um onde nasci (Calmon) e outro onde trabalho (Matos Costa). Falar em nível internacional sobre um assunto quase na invisibilidade, o Contestado, a história de João Maria e os Negros da Comunidade Rocio, me traz animo para trabalhar, pesquisar nossa história, foi sensacional este evento”. Destacou o jornalista caboclo.
Para saber mais e até mesmo assistir o VIII Simpósio do Contestado, acesse as páginas no Youtube e no Instagram @estacaocontestado