O secretariado de Alencar
Passada a ressaca e a euforia da vitória, o prefeito Alencar Mendes (PL) e seu vice-eleito, Fically (PP) deverão iniciar as tratativas para a formação do novo governo. Imagina-se que seja o governo com a cara de Alencar, pois o atual, ainda é um governo de continuidade, praticamente com um secretariado deixado pelo ex-prefeito Saulo.
A tendência é que o PSDB encolha em postos chaves, uma vez que a geografia das urnas é outra com PL, União Brasil e PP também participando da divisão desse bolo.
O prefeito, como é habitual, terá seu núcleo duro de livre nomeação, com nomes de sua extrema confiança. Mas, o corpo do governo, há que se fazer necessário que se respeite também predicados como competência e conhecimento técnico e não apenas a vontade dos dirigentes partidários.
Boa sorte aos envolvidos!
Deputado? Mas já?
O MDB de Caçador deverá se reunir nesta semana para avaliar o resultado das eleições. Um resultado de ascensão em relação a eleição de 2020. Méritos da construção política e da fidelidade de um eleitorado que Márcio JF tem. Os números mostram isso. O MDB fez 8.098 votos para seus vereadores que somados aos votos do PSD, PDT e Podemos, chega a 12.837 votos. A diferença para os 15.480 que Márcio recebeu nas urnas cai na sua conta.
É importante analisar que o resultado é fruto de uma construção e não pertence unicamente ao MDB ou a Márcio JF. O vereador se empolgou e soltou nesta semana em suas redes sociais a possibilidade de se candidatar a deputado estadual. Pensou eu que seja muito cedo para esse debate. Cada eleição tem uma cara e um momento. E, quando ela acaba, ninguém é dono daqueles votos que fez. 2026 parece perto, mas está muito longe e passa por muitas mesas.
Interferência
Governador Jorginho Mello (PL) não fez grandes atos públicos na campanha em Caçador. Mas, participou de reunião com seleto grupo de empresários e lideranças e explicou da importância de votar em Alencar Mendes (PL) para continuar a parceria com o Governo do Estado. Dá para dizer que o governador não botou o dedo na campanha em Caçador, mas colocou a caneta.
Vitória em Curitiba
A imprensa repercutiu que a caçadorense Tathiana Guzella é a terceira mulher mais votada da história de Curitiba (PR). A delegada filiada ao União Brasil obteve 12.515 votos e foi a mulher com maior votação nas eleições do último domingo (6). Com os votos obtidos neste domingo, ela fica entre as três vereadoras mais votadas na história da Câmara da capital paranaense. Perde apenas para Arlete Caramês, em 2000, que teve 14.160 votos e para a cantora Mara Lima, em 2008, que teve 12.627 votos. Tathiana Guzella é esposa do deputado estadual Tito Barichello (União Brasil). Ambos nasceram em Caçador e são concursados como delegados da Polícia Civil do Paraná.
Vitória em Floripa
Outro político com ligações com Caçador que foi bem na eleição passada também foi o filho do deputado federal, Valdir Cobalchini (MDB). Em Florianópolis, João, que já é vereador foi reeleito com 5.073 votos. João é presidente da Câmara da Capital há dois anos e nos bastidores é dada como certa sua recondução ao cargo por mais dois anos a partir do início do ano que vem.
E as mulheres?
A Câmara de Caçador não terá representante feminina na próxima Legislatura, num retrocesso em relação às últimas legislaturas. A candidata mulher mais votada foi Mari Ceolla (PSDB), que fez 481 votos, uma votação aquém do tamanho do eleitorado feminino de Caçador. Esse é um retrato de uma cidade que ainda é muito conservadora e machista na política. Cabe ao prefeito Alencar Mendes (PL) ao menos tentar remediar esse quadro em seu secretariado.
Mulheres prefeitas
A ausência de mulheres na política em Caçador não irradia em municípios da região. Pelo contrário, elas mandaram bem, inclusive com muitas prefeitas. Rio das Antas é um belo exemplo. Elegeu Gil (PL) como prefeita e o município colocou cinco mulheres na Câmara de Vereadores ou melhor, Vereadoras, pois serão maioria.
As mulheres também tomaram o poder municipal em Macieira, com a prefeita eleita, Simone Zanella (PL), que desbancou o prefeito Farinon do MDB e em Matos Costa, com Danuza do MDB.
A lei do ex
O ex-prefeito Ari Galeski deu a volta por cima e venceu a eleição em Timbó Grande, numa chapa pura pelo União Brasil, tendo como vice Paulo Sudoski. Sempre digo que o prefeito que busca a reeleição tem que ser muito ruim para não conseguir, em função do aparato público que dispõe. Desta forma, o atual prefeito, Valdir Cardoso dos Santos (PSDB) se encaixa nesse perfil. Perdeu a prefeitura numa eleição contra três candidaturas numa cidade pequena. Sinais de que seu governo foi prá lá de ruim.
Douglas na urna e na derrota
Quem também saiu derrotado neste pleito, apesar de não disputar a eleição, foi o prefeito de Lebon Régis, Douglas Mello (PDT). Mesmo com toda força do governo municipal não conseguiu fazer seu sucessor. O candidato do governo, Juliano – que numa atitude de baixa estima até adotou como sobrenome o nome do prefeito “Douglas” – ficou quase 10% dos votos atrás do vencedor Marcelo Spautz (PP). Se na urna o candidato era o Juliano do Douglas, a derrota solidariamente também é do Douglas.
PDT de Caçador
Por falar no prefeito de Lebon Régis, sua derrota foi maior ainda nesta eleição por resolver se meter na política em Caçador. Numa articulação envolvendo o presidente estadual do PDT, Rodrigo Minotto, ele tomou o comando da sigla em Caçador, no final do ano passado, mesmo sem ter vínculo com a cidade. Como se sabe em política tudo que é forçado não dá certo. Com Douglas comandando o PDT sucumbiu e não fez vereador. A meta era fazer um, mas com 1.643 votos nem chegou perto do coeficiente para eleger um. Sem Douglas o PDT estava melhor, ao menos tinha a secretaria de Bem Estar no governo Saulo.
As vozes da experiência
A renovação de praticamente metade da Câmara de Caçador não quer dizer que o legislativo caçadorense cairá em termos de experiência. Digo isso pelo retorno do vereador Rubiano Schmitz (PP), um profundo conhecedor da legislação local que ao lado de Alcedir Ferlin (MDB) e de outros mais experientes, poderão balizar os trabalhos.
Na onda
Ao menos dois vereadores dos “novos” eleitos em Caçador aproveitaram a onda colados na majoritária. Um deles é Werik Moraes que fez 622 votos pelo MDB. Assessor do vereador Márcio JF, Moraes aproveitou muito bem a exposição com seu chefe encabeçando a Majoritária do MDB. Há relatos inclusive de pedidos explícitos de JF por votos para o pupilo.
Na onda (II)
Outro vereador que foi beneficiado pela cabeça da Majoritária foi Jonatas Maia Bainho que fez 1.480 votos pelo PL. Nesse caso há que se pontuar que o Bainho se deu bem por ser o principal nome do meio conservador e bolsonarista na cidade, cuja campanha reelegeu Alencar Mendes.
Sem sombra de dúvidas é possível afirmar que Bainho é mais identificado com a direita que o próprio prefeito, dado seu apoio conferido em outras eleições para lideranças como a deputada federal Carol de Toni e seu envolvimento com as ações políticas bolsonaristas.
Bom salientar que a excelente votação de Bainho não é fruto apenas do voto ideológico. É fruto também de suas ações na Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer e de sua atuação política que lhe conferiu 697 na eleição de 2020, quando ficou suplente de vereador.
A surpresa no MDB
O campeão de voto dessa eleição foi Johny Marcos (MDB) com 1.741, um percentual até inferior ao mais votado em 2020. A votação é resultado de sua atuação na vereança e do espaço que teve presidindo o MDB local. Ou seja, um resultado justificado e até esperado.
Porém, a surpresa no MDB foi a votação de André Alves. O radialista fez 1.276 votos se consagrando o quarto mais votado no geral. Quem acompanhou a campanha diz que na reta do pleito só dava ele nas caminhadas do MDB, numa completa identificação com o povo. André sabe das dores das pessoas mais humildes e tem a responsabilidade de bem defendê-las agora.
Bombeiros
Os bombeiros de Caçador passarão a ter um vereador com ligação direta na Câmara. Trata-se de Pedro Barros (PL) eleito com 868 votos.
1/3 não escolheu
Um terço dos eleitores de Caçador optou em participar da escolha do prefeito de Caçador. O total representa 29,89% dos eleitores ou 16.159 eleitores. Destes, 13.844 eleitores (25,61%) nem se deram ao trabalho de ir votar. Outros 2.222 ou 5,80% votaram em branco e 846 ou 2,10% anularam o voto. Os votos válidos foram 37.042 (92,10%).
Votos da minoria
Os números acima mostram que 33.200 eleitores caçadorenses não votaram da reeleição do prefeito Alencar Mendes (PL), que fez 20.865 votos. Ou seja, em cada cinco eleitores, três não escolheram o prefeito. Mas, o pleito acabou. São apenas números para reflexão. Agora cabe ao prefeito governar para todos, independente de quem lhe escolheu ou não.
Imar responde
Em resposta a minha nota sobre a baixa votação nas urnas no domingo passado o advogado Imar Rocha enviou uma resposta: “Do ponto de vista do conforto e do orgulho era melhor ficar na Chácara. Mas como dizia o Prof. Adelcio ex-Reitor: ‘O Imar é o único NÃO que deu certo.’ NÃO me submeto; NÃO me conformo; NÃO me acovardo; NÃO silencio; NÃO deixo de expressar a minha opinião e continuo na luta pelo meu ideal e pela democracia”, disse o ex-prefeito.
Outro ninho
Respeito a posição combativa de Imar, mas é inegável que – em comparação com pesquisas internas dos partidos durante o pleito – parte de seus votos tomaram asas e voaram para outro ninho na reta final do pleito.
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